20 de julho de 2009

EDUCAÇÃO: MATÉRIA EM EXTINÇÃO

Hoje, ser ou ter educação parece-me algo raro no convívio entre as pessoas. Pois, estamos diante de situações nas quais a população em sua maioria, trata os outros como se tratam animais de um roçado ou em cativeiro. Andamos nas ruas, no trânsito, como se fôssemos nos devorar mutuamente. Somos atendidos em supermercados, farmácias, repartições públicas, hospitais como se fôssemos um ultraje ou até mesmo, um peso para quem nos atende.

Parece-me que nossas escolas não educam pra vida, mas sim apenas para o vestibular, concursos, CEFET’S, CFO’S, entre outros. Passou-se a responsabilidade educacional apenas para a escola, os pais, em grande parte, não vêem seus filhos, não convivem com eles. Apenas pagam a conta do fim do mês. Apenas representam seus papéis de responsáveis quando é necessário. Com isso, nós professores somos incumbidos de sermos pais, mães, avós, tios, psicólogos, terapeutas, delegados, advogados, padres, pastores, conselheiros, enfim, sermos tutores daqueles que não são órfãos, que não são abandonados, que não são indigentes, que não são filhos de uma cegonha.

Onde tudo isso resulta: na sociedade despreparada, desmotivada, desatenta, inconsciente, inconseqüente, inábil para agir com educação, das mais diversas maneiras. Somos uma nação de pessoas rudes, invejosas, individualistas. Nossos filhos já serão fruto de tudo isso que preparamos para eles. Somos produtores da nossa má educação. Cabe-nos refletir e ponderar se realmente sou dentro e fora de minha residência, uma pessoa preparada para lidar com o diferente, lidar com o outro, agir de maneira consciente diante daquilo que não me agrada.

Já estou farto de pessoas em filas de banco, supermercados, farmácias, entre outros, que reclamam da vida, não agem com respeito com o outro, não renunciam seu estresse em prol de uma vida melhor. Quantos hoje, ao lerem este artigo, se vêem nessa mesma situação? Quantos ao saírem de casa para seus trabalhos e lutas diárias, entram em seus carros como se fossem para uma guerra?

Acredito que agir com educação e respeito não seja algo extraordinário, algo surpreendente. Ser ou ter educação é regra, não exceção. Deveria ser de nossa própria natureza, e não, algo que apenas alguns praticam. Será que a verdadeira educação ficou alojada no passado, nos grupos escolares de outrora, nas famílias tradicionais e abastardas?

Somos seres racionais ou irracionais? Humanos ou mutantes? Essas respostas só serão encontradas por você leitor, que convive diariamente com essas situações de violência discreta, silenciosa e mútua. Você, que se depara com pessoas que não sabem dar “bom dia”, não pronunciam a palavra “por favor”, esqueceram o “muito obrigado”!

Espero que após termos passado pela festa da carne, alguém possa refletir melhor onde estão escondidos nossos valores morais e éticos, onde foi parar nosso caráter, nossa educação por si e pelo próximo. E termino só deixando esse recadinho que outros já disseram: “Oh! Mundo tão desigual... tudo é tão desigual...de um lado esse carnaval...do outro a fome total.....”

Erivan Júnior

Professor e colunista

eri_junior81@hotmail.com

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