3 de maio de 2010

TRÂNSITO DE LOUCOS

Nosso trânsito tem, a cada dia, me amedrontado ainda mais, pois estamos diante de animais ferozes e não, de motoristas prudentes e conscientes de seus direitos e deveres.Temos presenciado diariamente motoristas mal educados, inconsequentes, mal formados nestas auto-escolas produtoras de dinheiro e propaganda, são inúmeras as situações de desrespeito à lei e segurança no trânsito.

Podemos elencar as causas dessa verdadeira celeuma, entre elas, estão: a autoconfiança de alguns condutores, a sensação de poder e prepotência de outros quando estão no volante, a inexperiência, a falta de habilidade e costume nos grandes e intensos congestionamentos, a pressa e afobação nos horários de pique ou “rush”. Enfim, são uma infinidade de fatores relacionados ao que vemos nas ruas deste capital.

Mas o que está em jogo nisso tudo? Será que assistiremos o trânsito ser elevado ao grau de uma epidemia, tal como dengue, AIDS, câncer? Mesmo com a morte de algum familiar rico ou de alguma personalidade política e social do nosso estado, não diminuiu a falta de consciência e a falta de educação no trânsito. Nem tampouco as medidas tomadas pelos órgãos competentes após essas fatalidades conseguiram transformar o trânsito desta cidade num ambiente ordeiro e pacífico. Ao invés de facilitarem a vida de pedestres e motoristas, os (ir)responsáveis pelo nosso trânsito pioram ainda mais esse flagelo da urbanidade, com ciclovias mal elaboradas, áreas de estacionamento na orla cada vez menores e piores, semáforos que parecem estar numa verdadeira procissão, e por fim, uma indústria de multas para encher os cofres públicos, mas não os nossos bolsos.

Algo deve ser sempre lembrado: Antes de existir o motorista existe o pedestre, pois todos nós nascemos pedestres, ninguém já sai da maternidade para dirigir um veículo qualquer! Vivemos a experiência e o prazer de aprenderemos a andar, para só depois crescermos e descobrirmos um volante. Entretanto, o que assistimos nos nossos noticiários? “Caos na Epitácio Pessoa, trânsito lento na D. Pedro II, congestionamentos na Lagoa, acidentes por excesso de velocidade na BR-230”

Assim, ver e ouvir sobre acidentes de trânsito já virou rotina, uma música de sucesso que não sai de nossas mentes. Chega! Basta! Quem tem culpa? Quem são as vítimas? Para essas duas perguntas só há uma resposta: Nós (eu, você, minha família, a sua, os parentes, os desconhecidos, as autoridades, os responsáveis pelo trânsito, todos os transeuntes)

Não é apenas a sua vida que está em jogo, caro motorista prepotente e cheio de si. Seus filhos, sua família também sofre com os seus excessos, com suas bebedeiras ao volante, seus maus exemplos na estrada. Somos formados para sermos motoristas ou condutores (como queiram) e não para sermos suicidas ou assassinos em série. Enquanto alguns aceleram para morte, outros estão puxando o freio de mão das suas vidas. Por isso que nossos ditados nunca saem da moda, como este que poderia ter sido feito para nosso trânsito: “O apressado come cru”.


Erivan Júnior
Professor e Colunista
eri_junior81@hotmail.com

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