As palavras, por vezes, parecem vãs em algumas circunstâncias de nossa vida. Por exemplo, são muitos os desejos de felicitações ao final de cada ano, no natal, no encerramento de um ano letivo, nas confraternizações de empresas, dentre outros. Todavia, ao passar as festas de viradas de ano, nossas atitudes voltam a ser mesquinhas para com os outros, nos tornamos novamente leões ferozes em busca de mais poder, mais dinheiro, mais espaço no trabalho, mais visibilidade. E assim, aquele discurso de paz e união natalinas são esquecidas e deletadas de nossas práticas até o próximo festejo de fim de ano.
O que me questiono, verdadeiramente, em toda essa celeuma de caráter em que vivemos, é onde estão os valores humanos, em que baú ficou escondido o exemplo familiar de respeito, amizade, diálogo, bondade? A velocidade de informações disponíveis a cada um de nós que é proporcionado pela internet nos fez criar máscaras, perfis que, por vezes, não condizem com a verdade de nossas vidas. Por consequência disso, vivemos em um constante conto de fadas virtual: Filhos são bonzinhos no Facebook, pais são carinhosos no Orkut, mães são amáveis no Twitter, Igreja e Instituições Religiosas propagam suas doutrinas através das mais diversas ferramentas digitais como se fossem a sumidade da fé.
Assim, entramos em 2012 com o desafio de transformarmos práticas virtuais de bondade em verdadeiras ações que atinjam a realidade de cada cidadão. Visto que, iniciamos neste ano um momento eleitoral decisivo e intenso. E as redes sociais serão imprescindíveis para atingir as camadas sociais diversas, através das postagens dos mais variados candidatos. Veremos uma penca destes usando de Facebook e Twitter para propagar suas propostas de governo, como alguns já estão fazendo neste momento. Mas o que verdadeiramente vai convencer os eleitores? Serão belos perfis, boas postagens, belas fotos compartilhadas? O que há de verdadeiro nisso tudo?
Portanto dentro desse âmbito, prefiro acreditar nas palavras do saudoso poeta Augusto dos Anjos, que parafraseio, nesse momento, dizendo que na política de nosso estado “O beijo, amigo, é a véspera do escarro. A mão que afaga é a mesma que apedreja”. Cabe, a partir disso, saber discutir, cobrar, questionar, fiscalizar, acompanhar a gestão, enfim, ser cidadão. Pois, quando soubermos valorizar e aprendermos o verdadeiro papel da cidadania, muitos dos problemas existentes atualmente seriam dizimados. Por enquanto, ainda estamos no âmbito virtual dessa palavra, a prática ainda levará longos anos para ser conquistada. Não podemos esmorecer, o primeiro passo foi dado, o segundo também, os outros podem ser dados por você que agora lê este simples artigo. Vamos juntos?!
Erivan Júnior
Professor e Colunista
@ErivanJr
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