Há, em nosso país, uma diversidade de seres, de raças, de pensamentos e ideologias. E é nesta seara da diversidade onde se encontra o principal desafio desse século: respeitar as diferenças.
São muitas as diferenças que encontramos no nosso ambiente de trabalho, na escola, no próprio seio familiar. São tantas religiões, diferentes credos, tantos partidos políticos, cada um querendo puxar a sardinha pro seu lado, diferentes grupos musicais, ritmos variados. Todos são únicos, com seus gostos, pensamentos, ideais políticos, preferências sexuais, entre outros. O Brasil tornou-se um liquidificador das mais diversas pessoas, receitas, sabores, gostos. E nesta multiplicidade de personalidades, encontramos e presenciamos diversas atitudes de intolerância, de usurpação da democracia, do direito constitucional de ser cidadão e cidadã acima de tudo.
A diversidade é mola-mestra do respeito mútuo e da capacidade sermos e termos democracia nesse país. Agi respeitando o outro na sua individualidade deve ser dever de cada cidadão deste país. Mas, pergunto-me, por que estamos ainda tão distantes desse convívio pacifico entre as diferenças? Como falar em igualdade de direitos garantidos pela constituição, se aqueles que legislam são os primeiros a usurpá-la, a denegri-la? Como falar em democracia, se por vezes você e eu somos impedidos de falar, expressar nossa opinião, somos cerceados do nosso direito de viver ou de ir e vir?
Assim, lutar pelo cumprimento dos nossos direitos é tarefa de todos, não podemos acreditar que apenas o dinheiro é o único meio para termos nossos direitos respeitados hoje em dia. Nem tudo o dinheiro compra: nossa dignidade, nossa consciência, e também nosso caráter não devem estar na lista da barganha financeira. É necessário estarmos cada vez mais cientes e conscientes de nossos direitos e deveres, para que outros não usem de má-fé conosco ou com aqueles que não sabem a importância de seus próprios direitos garantidos por nossa tal falada Constituição Cidadã.
Entretanto fico questionando-me, como é difícil respeitar aqueles que deveriam legislar ao nosso favor, a favor de toda a população representada por cada voto. Ao invés de termos orgulho dos homens públicos de nosso país, estado ou município somos, a cada dia, mais desrespeitados, com atitudes mesquinhas que nos enojam, nos envergonham e nos fazem descrer da política e dos políticos nela inseridos.
Como é difícil ser sereno, ser educado com aqueles mal educados que encontramos na próxima esquina, no carro ao lado. Essa diversidade de seres humanos que todos os dias convivemos, são essenciais para a construção do nosso caráter. Pois, em cada um deles encontramos mais um ensinamento para sermos homens e mulheres melhores. Sem esse diferente, esse oposto, não saberíamos lidar com nossos piores conflitos. O respeito a esta diferença é um gesto nobre, que infelizmente poucos ainda provaram o gosto.
Porém ainda há tempo para que consigamos reverter esse quadro de desigualdade, ainda existe uma luz nesse túnel da intolerância e da incompreensão que assola nosso país. Em contrapartida, nós devemos olhar a diversidade como mais um obstáculo a ser vencido, a ser superado, e não com desdém, como algo fora de nossa meta. Agir sem refletir em nossos atos só aumenta ainda mais nossa falta de diálogo com outro. Portanto, se desejas respeito, respeite-se primeiramente.
Erivan Júnior
Professor e colunista
eri_junior81@hotmail.com
@ErivanJr
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