23 de novembro de 2012

ADMINISTRAR A PRÓPRIA VIDA


Gerir, administrar, gestão. Todas essas palavras compõem termos que nossa sociedade busca incessantemente alcançar. Mas fica a pergunta: Como estamos gerindo ou administrando nossa própria vida? Será que estamos sendo bons patrões de nós mesmos, será que estamos gerenciando nossos filhos e família de forma a produzir frutos ou a “dar lucro”? Que lucro é esse que você tanto almeja?
            Administra a própria vida não tarefa das mais fáceis, visto que em nosso cotidiano somos cada vez mais decididos a conquistar títulos, nomeações, cargos. Porém, nada disso será valioso se não soubermos administrar quem nós somos ou o que estamos fazendo com nosso caráter. Nada valerá a pena, se não estiveres contente e satisfeito, realizado com aquilo que és para si e para os que te rodeiam.
            De que vale ter uma realização profissional, se você em casa não é um bom pai, se tua esposa não está realizada contigo, se teus parentes não te veem; não te reconhecem mais. A quem você está enganando? A quem você está servindo? Quais são as metas que você traçou para sua vida hoje? Quais delas você conseguiu realizar no tempo adequado?
            Esses questionamentos surgem em minha mente, principalmente quando observo pessoas altamente decididas, porém sem o lado humano; pessoas competitivas, mas sem responsabilidade social. Patrões soberbos, exigentes, mas sem amor próprio. Para que serve tudo isso? Para que serve tanta cobrança aos seus subalternos, se você mesmo não se cobra há muito tempo?
            Administrar não significa ser frio, ser inquestionável, ser soberbo. Essas palavras não podem constar no vocabulário de quem realmente sabe ou quer saber administrar bem sua vida e seus negócios. Hoje, os patrões descarregam em seus funcionários suas próprias frustrações, seus maiores receios e medos de serem perdedores, derrotados. E como são fortes essas palavras: perdedor, incapaz. Ninguém, em nenhum âmbito social, quer ser taxado disto.
            Entretanto, a ingerência está em todas as camadas sociais, em todas as instâncias: no partido político, numa prefeitura, num mercadinho daquele bairro menos favorecido, naquela grande empresa ou indústria. Há verdadeiros amadores administrando a vida de muita gente. E toda essa má gestão é refletida no nosso dia-a-dia: pessoas mal-educadas, instituições e repartições cheias de gente mal preparada para a função, hospitais e postos de saúde onde ser bem tratado virou pedra preciosa e inalcançável. É a partir dessa convivência com o outro que observamos quanto custa o preço de um mau administrador.
            E por fim, tudo isso desemboca em nossas famílias. É lá onde muitos sentem na pele a má gestão. Pois hoje, temos pais e mães despreparados para a função mais valiosa que alguém um dia pensou em criar. Hoje, cuidar de uma casa, educar filhos, pagar as despesas domésticas tornou-se tão difícil quanto à aprovação para um cargo público.
            Enfim, termino este artigo com a mesma incerteza que o iniciei: Como estamos gerindo ou administrando nossa própria vida? Esta indagação não termina nem será respondida aqui, mas continuará ecoando nas mentes daqueles que lerão este artigo, daqueles que estão preocupados não apenas com seu próprio umbigo ou do seu próprio bolso. Estão preocupados onde pode terminar tudo isso, quais serão os resultados da má gestão dos nossos destinos.

Erivan Júnior
Professor e Colunista
eri_junior81@hotmail.com

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