Gerir,
administrar, gestão. Todas essas palavras compõem termos que nossa sociedade
busca incessantemente alcançar. Mas fica a pergunta: Como estamos gerindo ou
administrando nossa própria vida? Será que estamos sendo bons patrões de nós
mesmos, será que estamos gerenciando nossos filhos e família de forma a
produzir frutos ou a “dar lucro”? Que lucro é esse que você tanto almeja?
Administra
a própria vida não tarefa das mais fáceis, visto que em nosso cotidiano somos
cada vez mais decididos a conquistar títulos, nomeações, cargos. Porém, nada
disso será valioso se não soubermos administrar quem nós somos ou o que estamos
fazendo com nosso caráter. Nada valerá a pena, se não estiveres contente e
satisfeito, realizado com aquilo que és para si e para os que te rodeiam.
De
que vale ter uma realização profissional, se você em casa não é um bom pai, se
tua esposa não está realizada contigo, se teus parentes não te veem; não te
reconhecem mais. A quem você está enganando? A quem você está servindo? Quais
são as metas que você traçou para sua vida hoje? Quais delas você conseguiu
realizar no tempo adequado?
Esses
questionamentos surgem em minha mente, principalmente quando observo pessoas
altamente decididas, porém sem o lado humano; pessoas competitivas, mas sem
responsabilidade social. Patrões soberbos, exigentes, mas sem amor próprio.
Para que serve tudo isso? Para que serve tanta cobrança aos seus subalternos,
se você mesmo não se cobra há muito tempo?
Administrar
não significa ser frio, ser inquestionável, ser soberbo. Essas palavras não
podem constar no vocabulário de quem realmente sabe ou quer saber administrar
bem sua vida e seus negócios. Hoje, os patrões descarregam em seus funcionários
suas próprias frustrações, seus maiores receios e medos de serem perdedores,
derrotados. E como são fortes essas palavras: perdedor, incapaz. Ninguém, em
nenhum âmbito social, quer ser taxado disto.
Entretanto,
a ingerência está em todas as camadas sociais, em todas as instâncias: no
partido político, numa prefeitura, num mercadinho daquele bairro menos
favorecido, naquela grande empresa ou indústria. Há verdadeiros amadores
administrando a vida de muita gente. E toda essa má gestão é refletida no nosso
dia-a-dia: pessoas mal-educadas, instituições e repartições cheias de gente mal
preparada para a função, hospitais e postos de saúde onde ser bem tratado virou
pedra preciosa e inalcançável. É a partir dessa convivência com o outro que
observamos quanto custa o preço de um mau administrador.
E
por fim, tudo isso desemboca em nossas famílias. É lá onde muitos sentem na
pele a má gestão. Pois hoje, temos pais e mães despreparados para a função mais
valiosa que alguém um dia pensou em criar. Hoje , cuidar de uma casa, educar filhos,
pagar as despesas domésticas tornou-se tão difícil quanto à aprovação para um
cargo público.
Enfim, termino este artigo com a
mesma incerteza que o iniciei: Como estamos gerindo ou administrando nossa
própria vida? Esta indagação não termina nem será respondida aqui, mas continuará
ecoando nas mentes daqueles que lerão este artigo, daqueles que estão
preocupados não apenas com seu próprio umbigo ou do seu próprio bolso. Estão
preocupados onde pode terminar tudo isso, quais serão os resultados da má
gestão dos nossos destinos.
Erivan Júnior
Professor e Colunista
eri_junior81@hotmail.com
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